Torre do Castelo

NOTA ARTÍSTICA

Hoje muito pouco resta da fortificação medieval. Ao longo dos século múltiplas transformações ocorreram neste espaço, levando a descaracterizar o espaço e, paulatinamente a fortificação foi desaparecendo na malha de casario de Segura, sobejando pequenos troços de muralha agregado a habitações e quintais, onde inclusivamente podem-se observar o uso de cantaria da fortificação em múltiplas utilizações. A presença da Torre do Relógio, edificação do séc. XX, é o símbolo da memória do castelo de Segura e da sua importante historia fronteiriça.

Data: Séc. XIII/XIV/XVII

Autor: n/s

No reinado de D. Dinis foi construído em Segura o castelo doado à Ordem do Templo, implantou-se na margem direita do rio Erges, junto à ponte romana que ligava Mérida a Idanha-a-Velha. A criação da comenda, permitiu um crescimento da localidade, o que levou a melhorias na sua fortificação.

A sua cerca oval com barbacã e fosso, continha uma Torre de Menagem adossada às muralhas, que lhe foi acrescentada mais pisos no reinado de D. Manuel I, e uma casa do Comendador, cisterna, e armaria, que referencia a função de defesa e vigilância da raia, como se pode ler pelo Tombo de 1505: “junto da dicta Villa de segura contra ho ponente tem ha hordem huu castello em huu monte alto e tem huua cava que ho cerca quasi todo arredor…tem logo huua barbacãa com dous cubellos pequenos…dentro na dita çerca huua torre de menagem toda de cantaria”.

Na área exterior à cerca destaca-se a igreja e a torre do relógio na gravura de Duarte D’Armas como referência à vida urbana da pequena povoação. No período da Restauração foi projectada uma nova cintura de muralhas com baluartes que abrangeu a vila, com abertura da Porta de Cima e da Porta de Baixo, e no castelo, três baluartes foram anexados às suas muralhas medievais, assim como se implantou equipamentos militares.

Referências Bibliográficas:

ARMAS, Duarte de, Livro das Fortalezas. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Lisboa: edições Inapa, 1997.

ANDRADE, Mário Marques – Subsídios para a Monografia de Segura: aldeia raiana das mais pitorescas. Lisboa: edição do autor, 1949.

GONÇALVES, Iria (coord,), Tombos da Ordem de Cristo. Comendas Sul do Tejo. Lisboa: Centro de Estudos Históricos da Universidade Nova de Lisboa, 2009.

GONÇALVES, Luís Jorge Rodrigues, Os castelos da Beira Interior na defesa de Portugal (séc. XII – XVI). Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Letras de Lisboa. Lisboa: 1995.

http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3988

GOMES, Rita Costa, Castelos da Raia. Beira. Lisboa: IPPAR, 1997, vol. 1.

Referências Documentais:

ANTT, Códices e documentos de proveniência desconhecida, n.º 159 (Livro das fortalezas situadas no extremo de Portugal e Castela por Duarte de Armas, escudeiro da Casa do rei D. Manuel I)