Torre de Menagem

NOTA ARTÍSTICA

Pouco resta desta estrutura militar. Pontualmente, por entre antigo casario de Salvaterra encontramos alguns elementos remanescentes da fortificação. Porém, é a torre de menagem que subsiste, apesar a sua integração nas habitações adjacentes. A torre conserva ainda a sua primitiva configuração quadrangular, dividida em dois registos ligados por uma escada de caracol. A fachada principal tem no piso inferior um portal, em arco de volta perfeita. No segundo registo possui um relógio.

Contudo, apesar dos poucos elementos que ainda subsistem, é possivel reconstituir esta fortificação através do Tombo da Comenda (1505) e do desenho de Duarte de Armas (1509).

Data: XIII/XV/ XVI/ XVIII

Autor: Conde de Lippe (1762).

NOTA HISTÓRICA

O seu castelo terá sido reconstruído com a conquista aos Muçulmanos por D. Afonso Henriques, cerca de 1165, assim como o castelo de Penafiel na raia castelhana. Este castelo foi cedido à Ordem do Templo em 1226, quando os seus guerreiros-monges reconquistaram este castelo dominado novamente pelos Almóadas. No reinado de D. Dinis o seu foral foi renovado, já concedido por D. Sancho II, investindo nas muralhas e provavelmente na edificação da Torre de Menagem. Com D. Manuel I as reparações continuaram com a introdução de uma barbacã reforçada com bombardeiras e cubelos, que envolve a primeira cerca de forma circular. Também se observa na Torre de Menagem desenhada por Duarte D´Armas a colocação também de bombardeiras: “tem ha dicta comenda e Villa de salvaterra huu casteello forte que tem duas çercas a saber huua barbacãa bem corregida e ameada toda com suas bonbardeiras e seeteiras…dentro nesta çerqua estaa huua torre de menagem forte e de bõoa altura de cantaria e alvenaria”.

O castelo detinha uma cerca circular por estar situada num pequeno planalto, detinha a residência do alcaide anexada às muralhas, com a sua cisterna. Conforme se pode ler pela descrição do tombo e pelo desenho de D. Duarte d’ Armas, a estrutura fortificada apresenta um grande pátio e outras dependências  que completam este complexo como estrebarias, e armaria e outros armazéns. A vila implantou-se na área envolvente à fortificação sem cerca muralhada.

Na Guerra da Restauração também se projetou uma linha de fortificação da vila com baluartes e reforço no castelejo, pela importância de defesa da região e como entrada das tropas espanholas que poderiam chegar a Lisboa através do percurso por Castelo Branco.

Referências Bibliográficas:

ARMAS, Duarte de – Livro das Fortalezas (Fac-simile do original de 1509, Ms. 159 da Casa Forte do Arquivo Nacional da Torre do Tombo (introd. M.C. Branco). Edições Inapa, Lisboa, 1990.

BARROCA, Mário Jorge – Aspectos da Evolução da Arquitectura Militar da Beira Interior. Beira Interior – História e Património, Guarda. 2000, pp 215-238.

GOMES, Rita Costa – Castelos da Raia, Vol. I Beira. IPPAR, Lisboa, 1996

GONÇALVES, Iria (Direcção) –  Tombo da Ordem de Cristo, Comendas da Beira Interior Sul, Vol. V. CEHUL, Lisboa, 2009.

VALLA, Margarida – Os Engenheiros Militares no Planeamento das Cidades, Entre a Restauração e D. João V, 1640.175. (Tese de Doutoramento policopiada), FLUL, 2007.

http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=8483

Referências Documentais:

ANTT, Códices e documentos de proveniência desconhecida, n.º 159 (Livro das fortalezas situadas no extremo de Portugal e Castela por Duarte de Armas, escudeiro da Casa do rei D. Manuel I)

ANTT, OC/CT, liv. 304, fls. 100-107v