Ermida de S. Miguel Arcanjo

NOTA ARTÍSTICA

A ermida de S. Miguel Arcanjo que hoje observamos é fruto de uma intervenção do século XX, que apeou a estrutura do seu local de origem. Por outro lado, da fundação medieval nada resta.

De configuração simples, o edifício caracteriza-se por uma planta com alpendre, nave, capela-mor e sacristia. O interior é constituído por uma nave, provida de coro-alto e com uma cobertura em madeira. A capela-mor, também ela coberta com uma estrutura de madeira, não apresenta qualquer elemento decorativo, com exceção da estrutura retabular, em talha e de feição rococó.

Séc. XVIII/XX

Autor: N/S

NOTA HISTÓRICA

Localizada fora do centro da vila de Alpedrinha, a primitiva ermida de S. Miguel (o atual edifício é fruto de uma trasladação que ocorreu no decorrer do século XX e para 500 metros da localização original) tem uma fundação medieval (já existe pelo menos no século XIV), acabando mesmo por ser referida no tombo da Comenda da Ordem de Cristo.

Referida como estando nos limites de Alpedrinha, diz o auto de 1505, que “(…) Deste lemite e confrontaçõoes a dentro estaa ho dicto lugar d alpedrinha com sua egreja e de quanto deus daa no dicto lemjte haa ha hordem d onze dous com ho dizimo (…) terra de huua pedra parda e isto ao norte e de hi se uay direito aa hermida de sam miguel ao canto da oussia da dita hermida e de hi se mete em huu aliçeçe de pedra que estaa junto com ha dicta hermida (…)

Segundo descreve o Dicionário Geográfico (1747-1751), de Luís Cardoso, a ermida tinha ermitão com imagem do Santo Archanjo de boa escultura. Conforme, refere António Salvado da Mota, pelo menos, desde o século XVII, que existiam na primitiva ermida ermitões, dando conta da notícia mais antiga que se conhece: Manuel de |Pº Martins faleceu a 19 de Março de 1634 e está enterrado na ermida.

Nas memórias paroquiais (1758), a ermida, que esta a tiro de peça de artilharia de Alpedrinha, tem o seu altar retabullo tosco e com boaz pinturas, tem um bom alpendre e tudo bem reparado (…).

Em 1925, foi decido mudar a capela de local, terminando essa operação em 1926, segundo António Salvado da Mota, com grande custo para o povo de Alpedrinha.

Referências Bibliográficas:

CARDOSO, Luís, Diccionario geografico, ou noticia historica de todas as cidades, villas, lugares, e aldeas, rios, ribeiras, e serras dos Reynos de Portugal (…) Lisboa : na Regia Officina Sylviana, e da Academia Real, 1747-1751.

GONÇALVES, Iria (coord.), Tombos da Ordem de Cristo, Comendas da Beira Interior Sul (1505), vol. V, Lisboa: Centro de Estudos Históricos da Universidade Nova de Lisboa, 2009.

MOTA, António José Salvado – Monografia d’Alpedrinha. Fundão: Câmara Municipal do Fundão, 2004, 2.ª ed. Fac-similada;

SILVA, Joaquim Candeias – O Concelho do Fundão através das Memórias Paroquiais de 1758. Fundão: Câmara Municipal do Fundão, 1993.

SILVA, Joaquim Candeias da – Concelho do Fundão – História e Arte. Fundão: Câmara Municipal do Fundão, 2002, vol. I.

http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=10035

Referências Documentais:

ANTT, OC/CT, liv. 304, fls. 1-31vº

ANTT, Memórias paroquiais, vol. 3, nº 17, p. 145 a 160

Bn, COD. 413 -Titulo das comendas dos Mestrados das ordens de Christo e d ́auis que ha neste b[is]pado da guarda com aualiaçam das Remdas de cada hu[m]a delas dos Annos de 1563 e de 1564