Castelo de Ródão

NOTA ARTISTICA

Edifício de arquitetura militar composto por uma torre de planta quadrangular; paramentos de alvenaria, não rebocada, e cunhais constituídos por blocos de cantaria aparelhada.

A este, o registo inferior evidencia uma vão de porta, sem moldura; e sobre este, ao nível do segundo registo, rasga-se uma janela, também de perfil retangular e definida, superior e inferiormente, por duas lajes de cantaria e lateralmente por silhares. Sobre a verga é visível um arco semi-circular composto por aduelas em cantaria; a verga apresenta inscrição e cruz templária em baixo relevo.

Os restantes paramentos, com excepção do norte, no qual se abre uma seteira ao nível do registo superior, são cegos.

O interior da torre está arruinado.

A elevação onde se ergue a torre é protegida pelo que resta do circuito amuralhado que exibia planta trapezoidal irregular.

Data: Séculos XIII/XIV/XVI

Autor: s/n

NOTA HISTÓRICA

Sobranceiro ao Tejo, o castelo de Ródão foi erguido, segundo a tradição, por ordem do rei visigodo Wamba (672-680), contudo, a investigação historiográfica e arqueológica não confirmam esta narrativa tradicional.

Contudo, certo é o conhecimento que se tem da Ordem do Templo e esta edificada, datando-se dos inícios do século XIII, num local estratégico, de vigilância e controlo do rio Tejo no período da reconquista.

A sua construção, inicialmente tida como uma atalaia que remonta ao período da Reconquista. Em 1199, D. Sancho I, faz um escambo com o mestre D. Lopo Fernandes e a Ordem do Templo, doando-lhe a Herdade da Açafa, em troca das igrejas de Mogadouro e Penas Róias; a Herdade da Açafa abrange grande parte da antiga Beira Baixa, com a atual Vila Velha de Ródão, e uma extensa zona do Alto Alentejo, confrontando a norte do Tejo com o termo da Idanha, na época já na posse dos Templários. É no decorrer do século XIII, já sob a jurisdição Templária,  ergue-se o castelo e no século XIV a estrutura fortificada é reformada.

Segundo o Tombo da Ordem de Cristo elaborado em 1505, a comenda de Vila Velha de Ródão tem “huu castello junto do Rio do Tejo em huua serra alta e chama sse ho castello de santa maria e tem huua torre de canto laurado.e sohia teer dous sobrados e ora nem tem nenhuu e tem huua çerca de pedra e barro derribada per partes”.

Após o período medieval, o Castelo de Ródão vai perdendo progressivamente a sua importância  a e entra em degradação, sendo revertido parcialmente durante os  períodos de conflito bélico, como a Guerra dos Sete Anos e a Guerra Peninsular.

Referências Bibliográficas:

BEJA, Humberto – Os Castelos da Beira Histórica. Porto: Companhia Portugueza Editora, 1922;

CANINAS, João Carlos, HENRIQUES, Francisco, GOUVEIA, Jorge – «O Castelo de Ródão e a Capela da Senhora do Castelo (Vila Velha de Ródão)». In IBN MARUAN. Revista Cultural do Concelho de Marvão. S.l.: 

GOMES, Rita Costa – Castelos da Raia. Beira. Lisboa: IPPAR, 1997, vol. 1;

GONÇALVES, Iria (coord.) – Tombos da Ordem de Cristo. Comendas da Beira Interior. Lisboa: Centro de Estudos Históricos da Universidade Nova de Lisboa, 2009, 

HENRIQUES, Francisco e CANINAS, João Carlos – Proposta de Classificação do Castelo de Ródão e Capela da Senhora do Castelo. Núcleo Regional de Investigação Arqueológica. Vila Velha de Ródão: s.d.; 

PORTELINHA, Ruthia – «Rei Wamba com casa melhorada». In Gazeta do Interior. 15 março 2006;

SALVADO, António – Elementos para um Inventário Artístico do Distrito de Castelo Branco. Castelo Branco: 1976; 

SOROMENHO, Paulo Caratão – «Lendário Rodanense». In Revista de Portugal. 1965, série A, vol. XXX, pp 430-447;

http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=5166

VEIGA, Duarte – «Castelos e Monumentos Militares das Beiras». In Boletim da Casa das Beiras. Lisboa: 1939, n.ºs 11 – 12.

Referências Documentais:

ANTT, OC/CT, liv, 305, fls 1-7